Pensamento da semana
Maravilas nunca faltaram ao mundo;
o que sempre falta é a capacidade
de senti-las et admirá-las.
- Mario Quintana
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A iconografia é uma arte sagrada cujas origens voltam à era bizantina. Embora ela tenha havido um lugar importante nos cristãos católicos, há muito tempo são, sobretudo, os cristãos ortodoxos que preservaram esta tradição.
O ícone é a tradução visual da Palavra de Deus, o Evangelho em formas e cores. É o mistério de Deus que se revela, pelos olhos, para o coração.
O fundamento mesmo da iconografia é a encarnação de Deus. “Ninguém nunca viu Deus; é o Filho único, que está no seio do Pai, que o fez conhecer” (Jo 1, 18). “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14, 9). Jesus, de fato, é o ícone vivo do Pai. Os santos encarnam a presença de Deus na terra e são seus traços espirituais que devem ser revelados num ícone. É por isso que os ícones, em nenhum tempo, são seu retrato. Há uma ausência de naturalismo.
Os materiais, as cores, os traços, a gestual, as estruturas são simbólicos e respondem a regras estritas. Também o ícone se caracteriza pela ausência de sombra e a onipresença da luz; o ouro representa a luz divina, e os clareamentos nas vestes e na pele: a humanidade se impregnando da divindade.
Minha história pessoal com os ícones inicia nos anos 90. Entrei, por engano, numa loja de arte religiosa. Era numa época da minha vida em que, devo dizê-lo, tudo que tocava o religioso me chateava. Muito admirada, percebi que estava como “aspirada” por um ícone do Cristo Pantocrator. Estava como invadida. Pouco familiar com este tipo de acontecimento, decidi de comprar este ícone. Um pouco embaraçada de comprar “isto”, disse à vendedora brincando: “Ele quer vir na minha casa...” e ela me respondeu: “Senhora, a gente não escolhe os ícones, eles nos escolhem”. Finalmente encontrei um canto não muito visível da minha casa para expô-lo. Eu o esqueci... durante muito tempo. Agora eu reconheço que este ícone iniciou em mim uma brecha, brecha que não cessou de crescer para enfim permitir o acesso ao meu coração profundo. Era o início de várias mudanças.
Os ícones ressurgiram na minha vida em 2005 na ocasião de uma exposição onde fui literalmente apaixonada por eles. Então decidi de me investir. Embora sendo laborioso, eu gosto do aspecto técnico desta arte e por acréscimo os assuntos me fascinam. Em 2006, após uma pequena busca sobre são José, decidi de escrever o ícone. O desenho foi composto por um mestre-iconógrafo, Alexander Sobolev.
O que representam os símbolos: