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São José e a não-violência

Gandhi dizia: “Os únicos demônios deste mundo são aqueles que mexem em nosso coração e é aí que se devem engajar todos os combates”. José o santo, entendeu muito bem que sua capacidade de amar era mais forte do que a violência e que todo conflito podia ser transformado num encontro portador de vida com o outro.

Olhemos para ele na sua luta interior tão claramente descrita no Evangelho. Sabendo que Maria estava grávida, em vez de acusá-la violentamente, ele decide não denunciá-la publicamente mas sim, sem fazer barulho, romper simplesmente com ela seu projeto de matrimônio (Mt 1, 19).

Mais tarde, diante de tanta gente da cidade de Belém que não aceita abrir as portas de sua casa ou de sua hospedaria, ele não entra na violência. Pelo contrário, a nível do seu coração profundo, ele escolhe desprender-se e abandonar-se ao seu Deus. Ele consente com toda liberdade interior cessar sua busca sem fim de um lugar decente para o descanso de Maria antes dele depositar o Menino a nascer numa manjedoura (Lc 2, 7).

José, ao longo de sua existência, escolheu encontrar o outro numa relação de estima e respeito sem nunca possuí-lo mas na consciência que ele tem um valor muito grande porque é habitado pelo infinito. Para resolver os conflitos, sua luta foi deixar a força do amor superar a violência. Na sua maturidade, seu filho Jesus chamará isto “o amor dos inimigos”.
(Mt 5, 44-47)

Lise Berger, sjsh


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